quinta-feira, 31 de julho de 2008

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

Andréia Beatriz da Silva
Centro Municipal de Ensino Tutunas (CEMEI-Tutunas)
Patrícia Ferreira Bianchini Borges
Centro Federal de Educação Tecnológica de Uberaba (CEFET-UBERABA)

A causa das dificuldades de aprendizagem da maioria das crianças não está localizada no período escolar em que se encontram, mas sim no nível das bases, ou seja, nas estruturas de desenvolvimento. Assim sendo, é imprescindível que a criança, durante o período pré-escolar, antes de iniciar a sistematização do processo de alfabetização, construa determinados conceitos que irão permitir e facilitar a aprendizagem da leitura e da escrita. Nesse sentido, o desenvolvimento psicomotor torna-se muito importante porque, partindo da descoberta que ela faz do seu corpo, dos movimentos e do que está ao seu redor, a criança consegue conquistar e organizar seu espaço, desenvolver sua percepção auditiva e suas emoções, aprendendo aos poucos a coordená-las prevenindo problemas da aprendizagem, reeducando o tônus, a postura, a lateralidade e o ritmo. Para Saboya (1995) a psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e seu mundo externo. Fonseca (1995) afirma que a estruturação espaço-temporal decorre como organização funcional da lateralidade e da noção corporal, uma vez que é necessário desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes de projetar o referencial somatognósico no espaço exterior. De acordo com Quirós (1992), a motricidade é a faculdade de realizar movimentos e a psicomotricidade é a educação de movimentos que procura melhor utilização das capacidades psíquicas. Dessa forma, entende-se que a motricidade e a psicomotricidade são interligadas e ambas desenvolvem os movimentos físicos e mentais, procurando educar o próprio corpo, sendo a psicomotricidade uma ação em que se desenvolvem todas as áreas do conhecimento Essa pesquisa baseou-se na observação e estudo de crianças de quatro e cinco anos, matriculadas no Pré I do CEMEI-Tutunas, no ano de dois mil e sete. A sala era heterogênea e a maioria das crianças não conhecia sequer a primeira letra do próprio nome. Deste modo, realizamos nosso trabalho embasado em autores como Mattos e Neira (1999) que propõem atividades que propiciem à criança o conhecimento da nomenclatura, localização e conhecimento das diferentes partes do corpo em si e no outro; exploração das diferentes posições do corpo; o conhecimento dos tipos e as fases da respiração e o relaxamento global e das partes que não estão sendo solicitadas em determinadas atividades. Atividades para explorar o esquema corporal e o espaço físico no pátio da unidade foram muito significativas nesse trabalho, realizamos com as crianças uma série de exercícios, nos quais elas podiam: andar diferente, andar depressa, correr, andar em trave de equilíbrio, subir, descer, pular, equilibrar-se etc. Pretendíamos, com essas atividades de psicomotricidade, que o trabalho com a alfabetização fosse facilitado e que se ativassem os esquemas mentais dos alunos levando-os a ter equilíbrio, força, resistência, coordenação. Com o desenvolvimento desse estudo concluímos que a escola deve propiciar aos educandos diversas vivências, sejam elas corporais, visuais, auditivas, para que se estimulem os sentidos para que a criança desenvolva as habilidades psicomotoras necessárias para o aprendizado, principalmente o da linguagem escrita e para que a criança construa significados mais adequados para o que é ensinado na escola.

PALAVRAS-CHAVE: psicomotricidade; aprendizagem; desenvolvimento infantil.


* Pôster apresentado no XIV Congresso Regional de Educadores de Uberaba e Triângulo Mineiro em 30/07/2008.